Especialista reclama da falta de diversidade de currículos no ensino médio

Segundo ele, as medidas adotadas impedem principalmente a diversificação do ensino, que poderia atrair os alunos para a sala de aula além de gerar mão de obra qualificada no País.

Comunicação Sinpro/RS
Ensino médio | Publicado em 10/10/2012


O especialista em educação João Batista Araújo e Oliveira criticou hoje as políticas do governo para o ensino médio. Segundo ele, as medidas adotadas impedem principalmente a diversificação do ensino, que poderia atrair os alunos para a sala de aula além de gerar mão de obra qualificada no País.

As críticas foram feitas durante palestra organizada pela Frente Parlamentar Mista da Educação e faz parte de uma série de debates sobre o tema que vêm sendo promovidos pelo grupo. No encontro desta quarta-feira, João Batista condenou o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), prova criada em 1998 que vem sendo utilizada por cerca de 500 instituições de ensino superior para seleção de estudantes.

Ex-secretário executivo do Ministério da Educação e presidente do instituto Alfa e Beto, Oliveira explicou que o exame unificado foca no sistema atual de disciplinas obrigatórias. “Dessa forma, não há margem para diversificações. Não há no mundo nenhum sistema como esse, que não oferece nenhuma escolha aos alunos. É preciso garantir formas diferentes de entrada no ensino superior”, argumentou.

Segundo o especialista, só quatro a cada dez alunos que iniciam o ensino médio hoje terminam essa etapa. O alto índice de evasão, de acordo com ele, decorre da falta de currículos diferenciados e flexíveis, que se adaptem à realidade e à expectativa profissional dos alunos.

Carga horária
Outro problema, segundo ele, é o excesso de disciplinas obrigatórias oferecidas aos alunos. De acordo com o currículo atual, são 13 matérias fixas. “Não há pessoa capaz de aprender tudo o que é obrigatório e cobrado no vestibular. Na maior parte dos países desenvolvidos, são apenas cinco a sete disciplinas”, afirmou.

O Conselho Nacional de Educação, órgão colegiado de assessoramento ao Ministério da Educação, já anunciou que estuda a distribuição das 13 disciplinas em apenas quatro áreas – ciências humanas, ciências da natureza, linguagem e matemática -, nos moldes do Enem. Mas, para João Batista, a medida não resolve o problema: “Em todos os lugares do mundo o ensino é organizado por disciplinas. Quando você fala em interdisciplinaridade, a questão é dominar bem uma área e aplicar o conhecimento aprendido em, outro setor, não simplesmente fundir disciplinas. Essas são ideias teóricas não testadas e que podem ter um efeito desastroso”.

Com informações de Agência Câmara.