Comissão fará audiências nos estados para discutir reforma do ensino médio

Os deputados que integram o colegiado querem ouvir representantes da sociedade civil sobre as demandas locais relacionadas a esse nível de ensino.

Comunicação Sinpro/RS
Reformulação | Publicado em 23/01/2013


A Comissão Especial de Reformulação do Ensino Médio fará audiências públicas nos estados em 2013. Os deputados que integram o colegiado querem ouvir representantes da sociedade civil sobre as demandas locais relacionadas a esse nível de ensino.

“Vamos começar a organizar as nossas audiências em março e abril. E vamos tentar encerrá-las em maio para a realização de um seminário nacional e, depois, fazer um seminário internacional para conhecer modelos vitoriosos”, disse o presidente da comissão, deputado Reginaldo Lopes (PT-MG).

Segundo o deputado, a comissão especial já articula um fórum com os 27 secretários estaduais de educação. Lopes também vai pedir uma participação mais efetiva do Executivo federal na discussão da reforma do ensino médio.

“Na retomada do ano legislativo, nós vamos aprovar uma indicação à presidente Dilma para que, juntos, possamos construir um grupo interministerial para trabalhar o tema da reformulação e também o cumprimento do artigo 35 da Lei de Diretrizes da Educação [LDB], em especial a finalidade e o papel do segundo grau no sistema educacional brasileiro e no desenvolvimento da nossa nação”, disse o parlamentar.

Currículo
Reginaldo Lopes afirmou que as audiências públicas realizadas na Câmara em 2012 já permitiram alguns diagnósticos. Entre os problemas apontados estão o modelo de currículo único de ensino médio em um país de dimensões continentais, a falta de estrutura nas escolas e a ausência de laboratórios.

“Há um conflito entre aqueles que acham que o segundo grau deve ser de conhecimento geral e aqueles que acham que deve ser tecnológico. O grande desafio é fazer a integração”, declarou o parlamentar.

Para o deputado, o ensino médio brasileiro perdeu a identidade e não cumpre nem mesmo papel de intermediário entre a educação fundamental e a acadêmica.

“Nem esse papel o ensino médio cumpre bem hoje, porque, de fato, o menino que estuda no ensino médio não é despertado para o mundo acadêmico: não existe bolsa de iniciação à pesquisa júnior, não existe bolsa de monitoria. Na verdade, 56% não chegam ao segundo grau. Dos 44%, apenas 22% concluem o segundo grau. E, dos 22%, só 18% chegam à universidade”, disse Lopes.

O relatório final da comissão especial de reforma do ensino médio será apresentado no segundo semestre. Além de projetos de lei, os deputados vão sugerir novas ações ao Ministério da Educação.

Com informações de Agência Câmara.