Falta de interesse e baixa remuneração prejudicam especialização de professores
Comunicação Sinpro/RS
Ensino superior | Publicado em 23/02/2017
Os resultados do Censo Escolar 2015, tabulados pelo Movimento Todos Pela Educação, e divulgados recentemente, mostram que quase a metade dos professores do Ensino Médio, em todo o país, dá aulas de disciplinas que não são exatamente para as quais têm formação. Problema verificado tanto na rede pública de ensino como também nas escolas privadas. As quatro disciplinas em que o problema é mais acentuado são: Sociologia, com apenas 12% dos professores com formação específica; Filosofia, com 23%; Artes, com 26%; e Física, com 27%.
A falta de interesse dos jovens estudantes do Ensino Médio em se tornarem docentes, por conta da falta de reconhecimento da carreira, além da baixa remuneração que o mercado oferece, é uma das razões para a falta de profissionais capacitados, acredita Fábio Silva, coordenador pedagógico do Sistema de Ensino Ético. “Em algumas regiões do país, há casos em que na falta de professores capacitados, contrata-se outros profissionais. Médicos, por exemplo, dando aula de Biologia, sem qualquer metodologia e didática ensinadas nos cursos de licenciatura”, diz.
Para Silva, há também casos de jovens que não têm a oportunidade de se dedicar aos estudos, por diversas causas, mas que tardiamente acabam optando por uma graduação na área da educação, por acreditar que este seja um caminho mais fácil para uma colocação no mercado de trabalho. “Anos após a conclusão do Ensino Médio, muitos apostam nesse caminho, pois acham que talvez seja a única oportunidade de conseguir concluir o Ensino Superior”, avalia o coordenador pedagógico.
Já para os professores que até tentam se dedicar à carreira, a baixa remuneração acaba se tornando um impeditivo para o próprio aperfeiçoamento. “Muitos não conseguem se dedicar à capacitação e formação porque precisam lecionar em várias escolas para compor sua renda, não sobrando tempo para realizar cursos extracurriculares”, defende o coordenador pedagógico. Outro problema devido ao salário baixo é investir financeiramente em cursos. “O ônus da capacitação acaba ficando a cargo das escolas ou das Secretarias”, conclui Silva.
Com informações de Segs.