II Seminário sobre projeto de lei das comunitárias será em Caxias
Aprofundou o debate sobre a tentativa de estabelecer um marco legal para esse segmento.
Comunicação Sinpro/RS
Seminário | Publicado em 07/06/2010
O II Seminário Regional sobre o Projeto de Lei das instituições comunitárias de Ensino Superior, realizado no dia 8 de maio, em Pelotas, aprofundou o debate sobre a tentativa de estabelecer um marco legal para esse segmento. O processo sucessório na Universidade de Caxias do Sul (UCS) entrou na pauta do encontro por representar um episódio marcante de retrocesso na luta pela democratização das instituições comunitárias.
No início de abril, o reitor Isidoro Zorzi foi reconduzido ao cargo em eleição no Conselho Diretor da mantenedora da UCS sem que fosse considerada a votação da comunidade universitária que, em março, por maioria absoluta de votos em todos os segmentos, elegera a professora Nilva Stédile para a Reitoria.
Os participantes do Seminário aprovaram o envio de uma moção de repúdio ao reitor da UCS e de correspondência a todos os reitores das universidades comunitárias manifestando a repercussão negativa que os acontecimentos da UCS representam no contexto da iniciativa de construir um marco regulatório das IES Comunitárias. Também foi deliberado que o III Seminário Regional será realizado em Caxias do Sul, no dia 19 de junho (no auditório do Bloco H do campus da UCS, a partir das 10h).
O encontro de Pelotas contou com a participação de professores, estudantes e funcionários técnico-administrativos da UCPel, Unisc, UCS, PUCRS, Unisinos e Urcamp. “A decisão de realizar o próximo seminário em Caxias do Sul se incorpora no processo de sensibilização e mobilização dos professores para o Projeto Lei a resistência ao retrocesso democrático nas universidades comunitárias”, explica Marcos Fuhr, diretor do Sinpro/RS.
Segundo o dirigente, “o apoio dos professores ao projeto de lei das IES Comunitárias depende da incorporação da perspectiva democratizante das instituições. O processo sucessório da UCS se colocou na contramão desse apoio”. O seminário é uma iniciativa do Sinpro/RS e demais entidades representativas dos professores do ensino privado do estado. “A possibilidade de compreender esse processo das instituições e os avanços necessários para que elas se tornem realmente comunitárias é fundamental”, ressalta Maria Elisa Carpena, presidente da Associação dos Docentes da UCS (Aducs), ao avaliar o seminário.
CONSTRANGIMENTO – Os representantes da Associação de Docentes da UCS relataram com detalhes os acontecimentos relativos à consulta à comunidade universitária da UCS que elegeu, por 50,17%, a professora Nilva Stédile, contra 36,31% do professor Isidoro Zorzi para a Reitoria. Com assento no Conselho, o reitor votou em si mesmo para permanecer no cargo de reitor, contrariando inclusive o posicionamento do Conselho Universitário, representado por ele na FUCS. A posse do reitor ocorreu no dia 2 de maio, um domingo, antes mesmo da definição do vice-reitor o que, para os participantes do seminário, causa ainda mais estranheza. De acordo com a presidente da Aducs, somente os gestores foram convidados para a posse. “A comunidade acadêmica não foi convidada, o que descaracteriza a UCS enquanto comunitária”, diz Maria Elisa. “A forma como ocorreu a posse é emblemática de um autoconstrangimento e evidencia dúvidas quanto à própria legitimidade do processo”, critica Fuhr.