Reitor da UCS reeleito

A decisão foi considerada arbitrária por professores,funcionários e alunos que,em uma consulta feita à comunidade acadêmica de 15 a 20 deste mês,tinham indicado,por maioria de votos,a professora Nilva

Comunicação Sinpro/RS
UCS | Publicado em 30/03/2010


O Conselho Diretor da Fundação Universidade de Caxias do Sul (FUCS) reelegeu o professor Isidoro Zorzi para o cargo de reitor da Universidade de Caxias do Sul nos próximos quatro anos. A decisão foi considerada arbitrária por professores, funcionários e alunos que, em uma consulta feita à comunidade acadêmica de 15 a 20 deste mês, tinham indicado, por maioria de votos, a professora Nilva Lúcia Rech Stédile para assumir a reitoria de 2010 a 2014. O resultado do plebiscito não foi seguido pelos conselheiros.

A votação do Conselho ocorreu às 18h de segunda-feira, 29, na Sala dos Conselhos do Bloco A, no campus de Caxias. O resultado foi anunciado após às 19h pelo presidente do Conselho Diretor, João Paulo Reginatto. Zorzi foi eleito com oito votos, incluindo a sua própria indicação já que, como representante da Universidade, integra o Conselho e tem direito a voto. A candidatura da professora Nilva Lúcia Rech Stédile recebeu a aprovação de apenas um conselheiro. Nestor Basso, o terceiro candidato, não foi votado na eleição do Conselho.

“Respeito a decisão do Conselho, mas não posso deixar de lastimar por várias razões. A reeleição não foi pautada por critérios acadêmicos, técnicos ou científicos; não considerou a melhor proposta de gestão, o melhor currículo ou a melhor defesa, conforme avaliação que ouvimos dos próprios conselheiros durante a nossa defesa”, protestou Nilva Stédile, acrescentando que sua candidatura recebeu mais de seis mil votos no plebiscito e que isso não pesou na decisão do Conselho. “É uma conduta que mostra uma tendência antidemocrática. Não é o que se esperava”.

O presidente do Conselho Diretor, João Paulo Reginatto, acusa o meio acadêmico de tentar “impor sua decisão” e “polemizar” o processo sucessório, mas considera que a eleição foi “normal”. Reginatto minimizou a importância da consulta, afirmando que a indicação de três candidatos foi transformada em “uma eleição”. “Quem decide a nomeação do reitor são os conselheiros, a partir de vários critérios. É feito um cotejamento dos currículos e propostas de gestão e pesadas outras situações pelos conselheiros”, explicou.

A rejeição do Conselho ao resultado da consulta organizada pelas representações associativas dos docentes, funcionários e estudantes “provoca uma sensação de descaso em relação ao que pensam as pessoas que fazem a universidade”, critica Marcos Fuhr, diretor do Sinpro/RS. “É lamentável que a maior universidade comunitária do estado não consiga avançar no processo de democratização. O Conselho indicou aquele que perdeu na escolha de todos os segmentos da comunidade universitária”, aponta. De acordo com o dirigente, a gestão democrática das instituições, especialmente as comunitárias, pelo seu caráter público não estatal, é defendida pelo Sinpro/RS, que sempre se manifestou por eleições diretas para reitor.