Professores do ensino privado gaúcho são contra retorno no auge da pandemia
Em reunião com representantes das escolas nesta quinta, 13, a direção do Sinpro/RS afirmou que buscará todos os meios para evitar o retorno das aulas presenciais durante curva ascendente de contágio
Por César Fraga
ENSINO PRIVADO | Publicado em 14/08/2020
Na quinta-feira, 13 de agosto, representantes do Sinpro/RS e do Sindicato das escolas (Sinepe/RS) se reuniram para debater o tema das volta às aulas. O encontro foi motivado pela divulgação, no começo da semana, da intenção do Governo do Estado em iniciar o retorno às aulas das redes pública e privada a partir do dia 31 de agosto.
Na reunião, o Sinepe/RS expôs à representação dos professores as razões pelas quais é favorável ao retorno às aulas, apesar da curva ascendente de contágio do novo coronavírus no estado. Durante a conversa, a representação do Sinepe deixou transparecer que existe muita pressão das escolas, por se encontrarem em dificuldades financeiras.
O Sinpro/RS, por sua vez, se posicionou no sentido de que só será favorável ao retorno das aulas presenciais “quando houver segurança para professores e estudantes”.
Pico de contágio
“Este momento é de maior contágio. Por isso, informamos ao sindicato patronal, que nós, como representantes dos professores, lamentamos que o Sinepe/RS tenha essa avaliação favorável ao retorno das aulas num momento crítico da pandemia. De maneira alguma concordaríamos com isso. Dissemos também que imaginávamos que as escolas teriam um cuidado maior com a comunidade escolar”, relata Cecília Farias, diretora do Sinpro/RS, presente à reunião.
Em contato com o Sinepe/RS para obter a posição da entidade, a assessoria de comunicação da entidade limitou-se a dizer ao Extra Classe que a reunião foi apenas expositiva. E, que conforme seu presidente Bruno Eizerik, a posição dele e da entidade é a que foi exposta em nota publicada no dia anterior. A nota consta no site do Sinepe/RS logo abaixo do slogan da entidade “Nosso principal conteúdo é o ser humano”.
Trechos da manifestação patronal
“Com a retomada das atividades do comércio, da indústria e dos serviços é inevitável a necessidade do retorno das crianças à escola. Neste sentido, saudamos a possibilidade aventada pelo Governo da volta às aulas ainda no mês de agosto, o que acreditamos ser uma medida correta. Esta retomada deverá ser gradual. Defendemos que cada instituição possa definir quais alunos devem voltar primeiro, pois são elas quem melhor conhecem as necessidades de seus alunos. (…) Estamos prontos, aguardando apenas a liberação por parte do Executivo Estadual e dos Executivos Municipais para receber os alunos que acreditam que a hora de voltar às aulas presenciais chegou.”, diz a nota.
“Todos os meios”
Na reunião desta tarde, a diretoria do Sinepe/RS questionou os representantes dos professores se alguma medida mais forte seria tomada para impedir a volta às aulas. Ao que os representantes do Sinpro/RS afirmaram que inicialmente buscavam o diálogo para demovê-los deste retorno em agosto, mas que se necessário o Sindicato buscaria “todos os meios ao seu alcance” para evitar o início das aulas durante no pico da pandemia no Estado.