Assembleia aprova Moção de Repúdio ao Sinepe/RS
Pela iniciativa de promover a palestra de Miguel Nagib Ideologia nas escolas:o abuso da liberdade de ensinar,neste mês,em Porto Alegre.
Comunicação Sinpro/RS
Assembleia Geral | Publicado em 25/05/2015
Reunidos em assembleia geral no sábado, 16 de maio, em Porto Alegre, os professores do ensino privado do Rio Grande do Sul aprovaram uma Moção de Repúdio ao Sinepe/RS pela iniciativa de promover a palestra de Miguel Nagib Ideologia nas escolas: o abuso da liberdade de ensinar, neste mês, em Porto Alegre. O documento será encaminhado pelo Sinpro/RS ao Sinepe/RS e às entidades e instituições comprometidas com a democracia e os direitos humanos.
Confira abaixo a íntegra do documento:
MOÇÃO DE REPÚDIO
Os professores do ensino privado do Rio Grande do Sul, reunidos na assembleia geral do Sinpro/RS, repudiam a iniciativa do Sinepe/RS de promover a palestra “Ideologização nas escolas: o abuso da liberdade de ensinar”, de Miguel Nagib, fundador da ONG Escola sem partido, no Seminário de Diretores a realizar-se no dia 26 de maio, em Porto Alegre.
O repúdio dos professores estende-se ao Projeto de Lei 867/2015 que pretende incluir entre as diretrizes e bases da educação nacional o Programa Escola sem Partido, de autoria do deputado federal Izalci Ferreira (PSDB/DF).
A iniciativa reabre o debate sobre a possibilidade da “neutralidade” da ação educativa desprovida de concepção política. Retirar da educação esse caráter é privá-la de sua essência. O que é a escola senão um espaço essencialmente político com vista à escolarização da população, capacitando-a a ler e escrever, produzir conhecimentos sobre o seu tempo e espaço e estimular sua autonomia de pensamento?
O cinismo da “escola sem partido” explicita que o “sem partido” é partidário, sim, de uma concepção ideológica evidente: a ideologia liberal conservadora, alheia à agenda dos direitos humanos, avessa aos movimentos sociais, suas reivindicações e a repercussão dessas no mundo da escola.
Os professores reiteram que a escola deve ter o compromisso de construir uma sociedade efetivamente democrática.
O silêncio que se pretende impor é uma forma brutal de escamotear as desigualdades, injustiças e opressões que estão à vista de toda a sociedade.
Nesse sentido os professores conclamam a comunidade escolar, a sociedade gaúcha e as instituições nacionais comprometidas com a democracia, com a liberdade e o respeito às diferenças a rechaçarem essa iniciativa legislativa e a proliferação desse ideário nas escolas.
Porto Alegre, 16 de maio de 2015.