Ato da CUT-RS ocorreu com chuva em Porto Alegre

A chuva não impediu a manifestação dos trabalhadores gaúchos na manhã desta quarta-feira, 20, contra o aumento da taxa de juros. O ato, promovido pela Central Única dos Trabalhadores do Rio Grande do Sul, ocorreu em frente ao Banco Central, no centro de Porto Alegre, e reuniu cerca de 250 manifestantes.

A reunião do Comitê de Políticas Monetárias (Copom) começou ontem, 19 de julho, e busca definir as novas taxas de juros do país. A ala majoritária do mercado acredita que o novo aumento será de 0,25% na taxa Selic, fixada em 12,25% ao ano

Diante disso, os trabalhadores protestaram defendendo a posição da Central, que rechaça a manutenção dessa política de aumento e defende a redução dos juros como caminho para o desenvolvimento, com geração de emprego e aumento da renda.

Para Celso Woyciechowski, presidente da CUT-RS, é preciso reduzir imediatamente a taxa de juros no Brasil, pois, só este ano, foram pagos 78 bilhões de juros da dívida pública. “Nos países desenvolvidos, a taxa de juros varia de 4 a 5%. Não podemos aceitar que no Brasil ela seja tão alta. Protestamos exigindo o crescimento e o desenvolvimento do nosso país, mas não será com o aumento da taxa de juros que conseguiremos continuar avançando por um Brasil mais justo”.

Cássio Bessa, diretor do Sinpro-RS, criticou a alta dos juros e se mostrou totalmente contrário à lógica de especulação da economia brasileira. “Não podemos deixar que a especulação financeira seja o nosso foco. Devemos apostar na produção, investindo em desenvolvimento sustentável, em educação. Só assim conseguiremos fazer com que o Brasil cresça ainda mais”.

A redução dos juros possibilita aumento do investimento no setor produtivo e no combate à extrema pobreza, meta do governo federal para os próximos anos. A CUT-RS entende que o desenvolvimento do país está acima da necessidade de ter uma meta de inflação com este viés de redução do consumo. É preciso gerar desenvolvimento, emprego e renda. E a redução dos juros é um passo importante neste sentido.

Entre as categorias de trabalhadores presentes no ato, estavam metalúrgicos, representantes do SEMAPI, telefônicos, sapateiros, trabalhadores da área da saúde, integrantes do MTD, trabalhadores do judiciário federal, bancários, trabalhadores das indústrias de alimentação, aeroviários, trabalhadores do setor de papel e professores do ensino privado.