Centro Universitário UniRitter é incorporado por grupo estrangeiro e passa a ter fins lucrativos

O Centro Universitário Uniritter deixa de ser instituição filantrópica e passa ter fins lucrativos ao ser incorporado pela Laureate International Universities – LIU (ou Laureate Inc.), com sede nos EUA, e que possui uma rede com mais de 50 universidades, em 24 países e 600 mil alunos. Com o fechamento do negócio, os novos investidores estão aportando 50 milhões para expansão e criação de novos cursos.

Conforme o reitor Flávio D´Almeida Reis “não se trata de venda”, mas de uma “aliança estratégica” para expandir a instituição e transformá-la em universidade nos próximos anos. Perguntado pela reportagem do Extra Classe, na coletiva/almoço que anunciou a parceria, no restaurante Chez Phillippe, em Porto Alegre, na terça-feira, 9, o gestor não deixou claro em que moldes jurídicos foi estabelecida a sociedade. Ele alegou que “os detalhes da transação são estratégicos e de economia interna, e, que a UniRitter havia aprendido muitas lições com o negócio mal sucedido com o Grupo Anhaguera, há dois anos”. Porém, adiantou que não haverá mudanças na contratualidade dos professores e nem no perfil da instituição. Reis também fez questão de ressaltar que o perfil do alunado não deverá mudar, mas que a partir da sociedade com o grupo estrangeiro será possível estabelecer políticas de intercâmbio docente e dissente com universidades estrangeiras que compõem a rede.

O diretor da network no Brasil, Luis Lopez, costarriquenho, há apenas sete meses no País, em espanhol, afirmou que a Laureate não pretende resgatar lucros antes de cinco anos e que o objetivo é que oa Uniritter mantenha sua identidade e seja um centro de excelência e se transforme em universidade o mais breve possível. Além do UniRitter, outras dez IES fazem parte da rede no Brasil, inclusive a Esade, no Rio Grande do Sul.

NOTA DO SINDICATO – Para o Sinpro/RS ainda restam muitas dúvidas sobre a formatação jurídica da nova sociedade estabelecida entre o UniRitter e a Laureate, assim como também preocupam as eventuais implicações decorrentes deste negócio para o cenário educacional gaúcho, e em especial, as questões que dizem respeito à contratualidade dos professores. Outra preocupação é que em decorrencia dos novos sócios, o Centro Universitário passe a adotar uma postura mercantil. A entidade participa da campanha “Educação Não é Mercadoria”, movimento contra a mercantilização do ensino, em conjunto com outras entidades e defende a limitação de capital estrangeiro nas instituições educacionais. Diante disso, a direção do Sinpro/RS, no final da tarde desta terça-feira, 9, formalizou junto à reitoria do UniRitter um pedido de reunião para buscar mais informações.