Defasagem entre tabela do IR e inflação chega a 62%
A avaliação é que a diferença, neste momento, está em torno de 60%, mas a inflação, que ficou próxima de zero em julho, deverá voltar a subir.
Comunicação Sinpro/RS
IR | Publicado em 19/08/2013
A defasagem entre a tabela do Imposto de Renda (IR) e a inflação pode chegar a 62% até o final do ano, segundo estimativas do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco Nacional). A avaliação é que a diferença, neste momento, está em torno de 60%, mas a inflação, que ficou próxima de zero em julho, deverá voltar a subir.
O Sindifisco Nacional está apoiando uma campanha para mobilizar e informar a população sobre a necessidade de correção da tabela. A campanha Imposto Justo foi lançada em maio e pretende convencer os congressistas a reduzir as injustiças fiscais provocadas pela não correção.Os interessados em participar devem preencher o formulário no site do Sindifisco.
Em 2013, a correção da tabela, estabelecida pelo governo, ficará em 4,5%, o centro da meta de inflação estabelecida no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador oficial do país. Entretanto, a projeção de analistas de instituições financeiras para a inflação medida também pelo IPCA está em 5,75%, segundo apurou pesquisa do Banco Central (BC).
“Era para ser 4,5%, mas, como a inflação está acima disso, estimo que em torno de 6,5% ou seis e qualquer coisa, aquilo que era 60% irá para 61% ou 62%”, avaliou Álvaro Luchiezi, gerente de estudos técnicos do Sindifisco Nacional. Se isso for confirmado, os contribuintes continuarão a pagar mais impostos, principalmente a maioria dos trabalhadores assalariados.
A tabela do IR já vinha sendo corrigida em 4,5% desde 2007, e a previsão era acabar com a utilização desse índice em 2010. Porém, no início de 2011, por meio da medida provisória 528, o governo resolveu aplicar o mesmo percentual até 2014. De acordo com o secretário da Receita Federal, Carlos Alberto Barreto, no momento, esse é o percentual que está valendo, e não existe previsão de mudança. “A tabela já está corrigida para o próximo ano. No momento, não temos nenhum estudo para isso. Fica nos 4,5% como previsto. Por enquanto, não temos nenhuma demanda sobre simulações.”
A proposta do Sindifisco Nacional é que a correção da tabela do IR seja atrelada à evolução da renda. “O objetivo é entrar com projeto de lei, assinado por alguns parlamentares, que trate da correção gradativa da tabela, que não seja atrelada a qualquer índice inflacionário, mas sim ao rendimento médio do trabalhador”, defendeu o presidente da entidade, Pedro Delarue.
Com informações de Correio do Povo.