Deputado estadual Adão Villaverde envia carta falada para Dilma Rousseff e aos deputados federais contra o PL da Terceirização
É um retrocesso pois envolve um contingente ativo estimado em 100 milhões de pessoas que ocupam postos de trabalho.
Comunicação Sinpro/RS
Terceirização | Publicado em 16/04/2015
Ao manifestar-se na sessão legislativa desta quarta-feira (15), o deputado Adão Villaverde (PT) disse que a terceirização é um retrocesso devastador para os trabalhadores e também para o país ao envolver um contingente ativo estimado em 100 milhões de pessoas que ocupam postos de trabalho.
Villa ocupou a tribuna durante o Grande Expediente Especial que informalmente integrou o calendário do dia nacional de mobilização contra o PL 4330/ 2004 em votação na Câmara Federal em Brasília, e foi emblematizado na ocupação das galerias por trabalhadores e sindicalistas lotando o Plenário da Assembleia Legislativa.
O parlamentar utilizou-se do expediente de enviar uma carta falada à presidenta Dilma e aos parlamentares gaúchos do Congresso, apelando à reprovação do projeto que definiu como datado de 2004 mas ressuscitado e requentado agora por uma Câmara de Deputados extremamente conservadora. Também sugeriu aos deputados presentes que entrassem em contato com os parlamentares de seus partidos, em Brasília, solicitando que nesta tarde votassem contra o projeto de lei da terceirização, impedindo a desregulamentação que rasgar a CLT.
O deputado discorreu acerca da necessidade de avanços na qualidade de vida dos trabalhadores, após relembrar o novo país construído na última década com programas sociais, respeitada soberania e combate à corrupção que servem de referência para outros países. “O pais que não se ajoelha mais diante do FMI não pode se vergar ao diagnóstico recessivo que levará o país obrigatoriamente ao retrocesso, perdendo o acúmulo em conquistas e direitos. Somos a favor da responsabilidade fiscal mas com responsabilidade social”, sentenciou.
Acentuando a necessidade de uma reforma política disse que é do mesmo modo urgente uma reformulação tributária, taxando grandes fortunas para evitar que os trabalhadores continuem pagando a conta dos ajustes.
Registrou que o projeto chamado de Lei Anticalote, que apresentou no Parlamento, é um mecanismo de defesa contra os males da terceirização nos órgãos dos poderes públicos do RS.
“A terceirização implica em desemprego, salários menores, maiores jornadas, mais acidentes de trabalho e riscos de desemparo diante de empresas que vão à falência sem compromisso algum com os contratados”, assinalou.
Para ele, se aprovada, a terceirização atingirá o mundo do trabalho com repercussão de precarização em todas as áreas, da saúde à educação, dos serviços à segurança. “A terceirização escraviza, mutila e mata, como vi alertado em um cartaz nas manifestações hoje”, ressaltou ele. “É o maior ataque às conquistas históricas dos trabalhadores desde a criação da CLT nos anos 70”.
Ao final, sob aplausos, Villa repetiu na tribuna o coro que tomou conta das galerias entoando o refrão “não, não, não à terceirização”.
O presidente da Assembleia, Edson Brum, que conduziu o início da sessão e o deputado Ronaldo Santini (PTB), que presidiu o GEE no final, afirmaram que “pessoalmente” são contra o PL 4330.
Em apartes, apoiaram a manifestação do orador, pela ordem, os deputados Pedro Ruas (PSol), Manuela D’Ávila (PCdoB), Nelsinho Metalúrgico (PT), Catarina Paladini (PSB) e Enio Bacci (PDT).
A deputada Manuela sugeriu que Villa encaminhe o discurso para reflexão de todos os integrantes do Congresso, que classificou “como o mais reacionário desde 1964”.
Também participaram do ato, o secretário estadual de Trabalho, Miki Breier, o representante da Câmara de Porto Alegre, vereador Engenheiro Comassetto, o presidente da CUT/RS, Claudir Nespolo, a presidente do CPERS Sindicato, Helenir Aguiar Schürer, o presidente de CTB, Guiomar Vidor, o ex-deputado Raul Pont, o subprocurador geral de Justiça, Antonio Carlos de Avelar Bastos, o representante do Tribunal do Trabalho, Luiz Alberto de Vargas , a desembargadora Vania Matos, o presidente da Amatra, Rubens Fernando Clamer dos Santos Júnior e o dirigente do Senge RS, Luiz Alberto Schreiner.
Fonte: Assembleia Legislativa e gabinete do deputado estadual Adão Villaverde