Educação superior lidera demissões no ensino privado

Até 7 de março, foram 836 demissões e 456 pedidos de desligamentos em todos os níveis. Professores relatam assédio e excesso de trabalho

Da Redação
EDUCAÇÃO | Publicado em 08/03/2024


Entre as homologações feitas no Sinpro/RS, pedidos de desligamento já equivalem a mais da metade do número de demissões
Foto: Comunicação Sinpro/RS

Apesar de uma redução no número de rescisões nos primeiros dois meses deste ano, a educação superior é o segmento que mais demite professores no ensino privado do Rio Grande do Sul.

Se no mesmo período do ano passado, a PUCRS liderava o ranking de homologações, com 45 rescisões, agora a instituição que mais teve desligamentos foi a UPF, com um corte de 40 postos no seu quadro docente, de janeiro até a primeira semana de março.

Até a última quinta-feira, 7, foram 175 demissões e 36 pedidos de desligamentos no ensino superior. No ano passado, foram 218 por iniciativa das instituições e 115 pedidos.

Nos últimos anos, um grande número de professores vem se desligando por conta própria em todos os níveis do ensino privado, ou seja, é cada vez maior o número de pedidos de demissão.

Ainda assim, as demissões por iniciativa das instituições de ensino continuam superando os pedidos de demissão, ressalva o diretor do Sinpro/RS, Erlon Schüler. “Muitas instituições não têm pedidos de demissão, o que significa que elas só demitem, impondo a rotatividade como controle das condições de trabalho”, explica o dirigente.

Essa diferença é mais acentuada na educação básica e infantil. Na básica, 565 docentes foram desligados por iniciativa das instituições e 302 pediram desligamento.

Na comparação com o início do ano letivo de 2023, houve uma redução no número de homologações na educação básica, lembra o dirigente. Isso se deve ao crescimento das matrículas no ensino privado.

Já as instituições voltadas exclusivamente para a educação infantil privada perderam 280 professores em pouco mais de 60 dias. Desses, 162 foram desligados pelas escolas e 118 pediram demissão. Essas são apenas os desligamentos informados ao Sinpro/RS. Muitas instituições descumprem a legislação e as normas trabalhistas e promovem homologações sem passar pelo Sindicato.

Considerando todos os níveis do ensino privado no estado, o primeiro bimestre registrou 836 demissões e 456 pedidos de desligamentos. As homologações seguem sendo agendadas pelas instituições.

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