Escola de educação infantil do Foro Central fecha as portas sem avisar previamente pais, professores e funcionários


Comunicação Sinpro/RS
Educação infantil | Publicado em 17/11/2016


Na manhã desta quinta-feira, 17 de novembro, professores e funcionários da escola de Educação Infantil Cejuquinha encontraram as portas fechadas. No local, apenas uma folha impressa e sem assinatura afixada na entrada informando sobre o fechamento da instituição. A escola funciona nas dependências do Foro Central, em Porto Alegre, há 32 anos, com administração vinculada ao Centro dos Funcionários do Tribunal de Justiça (Cejus), atendendo cerca de 30 crianças, filhas de servidores da justiça e de membros da comunidade local.

No cartazete, de autoria do Cejus, consta: “comunicamos que em função do comportamento adotado pelas funcionárias da Creche Cejuquinha que se recusam a trabalhar, impedindo assim o funcionamento normal da creche, lamentavelmente informamos que encerraremos as atividades antes do prazo estabelecido”. Em reunião, no dia 16, com um pequeno círculo de pais a direção antecipou suas razões e o fechamento da escola sob protestos.

Ao todo, são 26 trabalhadores, entre funcionários e professores, que estão sem receber os salários de outubro e a primeira parcela do 13º. Também há irregularidades no recolhimento do FGTS e INSS. Conforme relatos dos trabalhadores, já haviam atrasos constantes nos salários desde o final do ano passado. Também, segundo eles, havia o compromisso dos administradores de não encerrar as atividades antes do final do ano letivo, que ocorreria em dezembro, com várias atividades de final de ano programada com as crianças e com a comunidade escolar. “Estamos bancando alimentação e transporte e praticamente pagando para trabalhar, não é justo a direção nos responsabilizar por um problema do qual somos vítimas e não causadores. A responsabilidade é da direção e essa justificativa é uma tentativa de jogar os pais contra os professores, mas estamos todos do mesmo lado”, afirma uma das professores que prefere não ser identificada.

Devido à falta de pagamento de salários, os docentes e funcionário se mobilizaram para um dia de paralização no dia de hoje, 17, e foram surpreendidos com o fechamento da escola. As mensalidades, em torno de R$ 1.400 e R$ 1.700 foram pagas pelos pais normalmente e segundo relatos não havia inadimplência, já que a maioria dos contratos provinha de convênios com entidades representativas dos servidores.

Na tarde da quinta-feira professores, funcionários, pais de alunos e representantes sindicais se mantiveram mobilizados no local e tiveram uma audiência com a Direção do Foro Central para que este interceda para uma saída. O Sinpro/RS, por sua vez, está buscando os encaminhamentos jurídicos necessários para garantir os direitos dos professores. “A forma como foi encaminhado o fechamento da escola foi totalmente descabida e desrespeitosa com os profissionais”, afirma Celso Stefanoski, diretor do Sinpro/RS.