Evento debateu a crise dos migrantes e refugiados no mundo
A Central Única dos Trabalhadores está discutindo com profundidade este tema, segundo Claudir Nespolo, presidente da CUT/RS.
Comunicação Sinpro/RS
Evento | Publicado em 13/11/2015
O Sinpro/RS promoveu nesta sexta-feira, 13 de novembro, mais uma edição do Sinpro/RS Debate, com o painel Migrantes e Refugiados: economia, impacto social e crise humanitária. Participaram o professor do Instituto de Geociências da UFRGS, Álvaro Luiz Heidrich, e a professora do curso de graduação em Direito da Fundação Ministério Público (FMP), Daniela de Oliveira Pires, e o presidente da CUT/RS, Claudir Nespolo. Na ocasião também houve a apresentação da 22ª edição Revista Textual, que aborda o tema em seu artigo de capa.
“Estamos passando por um período muito crítico. De um lado está o aglomerado de população em deslocamento e enfrentando todo tipo de perigo, de outro os países em desenvolvimento que variam entre o asilo a essas pessoas e ao bloqueio total”, afirma Heidrich. O professor explica que a situação vem se agravando desde 2013, chegando a somar quase 60 milhões de refugiados no mundo atualmente. Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), em 10 anos houve um crescimento de 58,7%. “O diferencial que vemos em 2015 são as diversas portas de entradas desses refugiados. Antes havia uma concentração em um local, hoje são em diferentes países da Europa”, esclarece.
“O refugiado está ao nosso lado. Não precisamos ir longe para enxergar o problema. Eles dormem na calçada das nossas cidades, estão por toda parte”, pontua Daniela de Oliveira, referindo-se ao grande número de haitianos que vêm ao Brasil fugindo da caótica situação política e social vivida pelo Haiti desde o terremoto que abalou o país em 2010. Daniela assinala a importância de considerar o grande número de apátridas no mundo. Eles não são considerados pela ONU como refugiados, mas vem aumento nos últimos anos. “Estamos chegando no limite”, conclui.
A Central Única dos Trabalhadores está discutindo com profundidade este tema, segundo Claudir Nespolo, presidente da CUT/RS. É preciso promover mudanças urgentes no Estatuto do Estrangeiro. “Tem muitos migrantes trabalhando no Rio Grande do Sul sem sequer poder se manifestar, nem se organizar, pois o Estatuto não permite ”, conta. “Apenas em uma unidade de uma indústria de alimentos de Passo Fundo são mais de 400 haitianos”. No geral, segundo ele, estão empregados recebendo o mínimo e em total subserviência.