Fórum critica redução de recursos destinados ao Fies
A regularização dos repasses do Fies e maior transparência de sua gestão foram destacados pelo professor, ex-pró-reitor de Planejamento da Unisc, João Pedro Schmidt, um dos palestrantes do evento.
Comunicação Sinpro/RS
Fies | Publicado em 27/09/2015
As mudanças implementadas pelo Ministério da Educação (MEC) e Ministério da Fazenda no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), as definições dos novos cursos de Medicina no âmbito do Programa Mais Médicos e o apoio à organização estudantil foram o foco dos debates da 8ª reunião do Fórum das Comunitárias, realizado no dia 26 de setembro, em Porto Alegre. O evento contou com a presença de professores e estudantes de instituições comunitárias de ensino superior (Ices) do Rio Grande do Sul.
A regularização dos repasses do Fies e maior transparência de sua gestão foram destacados pelo professor, ex-pró-reitor de Planejamento da Unisc, João Pedro Schmidt, um dos palestrantes do evento. “O Fies é fundamental para as comunitárias, do contrário não damos conta da concorrência. É também um elemento para barrar a mercantilização da educação e de estabilização das nossas instituições”. Amarildo Cenci, diretor do Sinpro/RS, destacou, no entanto, a necessidade de mudanças substanciais no processo. “O que era uma política pública positiva gerou distorções, resultado de como o setor mercantil estava usando o Fies para dar liquidez ao seu negócio. Exemplo disso é que mais de um terço do dinheiro do Fies no Brasil está nas mãos da Kroton, maior grupo empresarial de educação”, afirmou. Como encaminhamento, o Fórum manifestou seu repúdio à política de redução dos recursos destinados ao Fies e o apoio à política de vinculação do Fundo à avaliação dos cursos.
Apoio
O Fórum também manifestou apoio à Unijuí e Unisinos na luta pela aprovação dos seus respectivos cursos de Medicina. As duas universidades tiveram negados seus pedidos para implementar um curso, sendo que em Ijuí foi escolhida uma instituição que não possui unidade na cidade, nem vínculo com a comunidade. “Falta ao MEC um entendimento do que significa o trabalho das comunitárias em relação a sua integração com a comunidade e trabalho desenvolvido”, afirmou o professor Valdir Kinn, diretor do Sinpro/Noroeste e coordenador-geral da FeteeSul, que traçou um panorama do programa Mais Médicos no RS.
A reunião contou com a presença de representações estudantis de diversas instituições e da União Estadual de Estudantes (UEE). O Fórum reiterou o apoio à organização estudantil em todas as Ices e à implementação de políticas de assistência estudantil. Marcos Fuhr, diretor do Sinpro/RS e coordenador dos trabalhos, destacou a importância desse espaço de debate das Ices. “As comunitárias são produto histórico do nosso estado e da sua formação social. O Fórum é um espaço estratégico em que aprofundamos a compreensão e insistimos na luta por diferenciais institucionais das Ices”, avaliou.