Google: escola precisa incentivar talentos para a tecnologia
No nosso escritório em São Paulo temos muita dificuldade de encontrar novos talentos, principalmente mulheres", afirmou.
Comunicação Sinpro/RS
Google | Publicado em 30/11/2012
Executiva do Google na América Latina, Eve Andersson falou na quinta-feira, 29, para uma plateia de mais de mil estudantes e professores, em Porto Alegre (RS), sobre as dificuldades de se encontrar talentos para trabalhar no crescente mercado da ciência da computação no mundo. Segundo ela, a escola tem papel fundamental nesse processo, estimulando principalmente as meninas a se envolver com o universo da tecnologia.
“Existe uma questão cultural, que verificamos também no Brasil, de que trabalhar com a computação não é coisa para mulher. No nosso escritório em São Paulo temos muita dificuldade de encontrar novos talentos, principalmente mulheres”, afirmou. Para Eve, a família e, principalmente, os professores devem assumir o desafio de mudar esse paradigma.
“As mulheres são fundamentais nesse trabalho colaborativo, e precisam ser incentivadas desde cedo”, afirmou Eve ao Terra após encerrar sua palestra no TEDx, uma conferência independente organizada pela Universidade do Vale dos Sinos (Unisinos) para discutir novas ideias para a educação.
Segundo Eve, o desenvolvimento econômico do Brasil não vem acompanhado de investimentos para formar novos profissionais para trabalhar nas áreas de tecnologia e engenharia e que esse é um dos maiores desafios do País nos próximos anos. Questionada sobre a formação dos profissionais nas universidades brasileiras, ela preferiu não opinar, já que “não tem conhecimento mais aprofundado” sobre o ensino superior no País.
No entanto, Eve criticou o fato de as universidades, de modo geral no mundo, estarem mais focadas em formar pesquisadores para a academia do que profissionais preparados para o mercado de trabalho. Segundo a executiva, que trabalha como head of publisher and distribuction do Google, é preciso incentivar a formação de um grupo de docentes nas instituições de ensino composto professores “tradicionais” e engenheiros que estão no mercado de trabalho.
Ela ainda alertou para a falta de preparo dos profissionais formados na área da ciêcia da computação. “Eu trabalhava numa empresa anteriormente onde chegamos a propor um prêmio de uma Ferrari para quem conseguisse indicar 10 bons engenheiros de software. Ninguém conseguiu”, lamentou.
De acordo com Eve, a dificuldade de encontrar talentos reside em dois problemas: os profissionais formados na maioria das universidades não estão preparados e, o mais grave, não há número suficiente de pessoas formadas na área de ciência da computação para dar conta do mercado mundial em expansão.
Para solucionar esses problemas, além do incentivo desde cedo para as carreiras da tecnologia, ela disse que é fundamental dispor de currículos mais atraentes e estimular as habilidades de cada jovem. “O professor, desde a escola até a universidade, tem papel fundamental nesse processo”, concluiu Eve.
Com informações de Terra Educação.