Pesquisa aponta vacina como fator determinante para volta das aulas presenciais
89% das mães, pais e responsáveis consideram importante vacina gratuita e em massa para o retorno presencial às escolas em Porto Alegre, diz estudo do Comitê de Acompanhamento da Crise Educacional
Da Radação
PANDEMIA | Publicado em 07/08/2020
Foi apresentada na manhã desta sexta-feira, 7 de agosto, a segunda parte dos resultados da pesquisa produzida pelo Comitê Popular Estadual de Acompanhamento da Crise Educacional no RS e pela Associação Mães & Pais Pela Democracia. Os dados foram coletados entre os dias 23 e 28 de julho através de um questionário online e a segunda etapa corresponde à opinião das 1.191 mães, pais e responsáveis sobre a educação durante a pandemia.
De acordo com os dados apresentados hoje, 89% das mães, pais e responsáveis consideram importante que o Estado forneça uma vacina gratuita e em massa para o retorno presencial às escolas em Porto Alegre. Para a socióloga Aline Kerber, presidenta da Associação Mães & Pais Pela Democracia e uma das responsáveis técnicas pela pesquisa, os dados apontam cautela de pais e mães. “As mães e pais avaliam que os estudantes só devem voltar às aulas com vacina, testes de sintomáticos e em massa, redução dos casos de Covid por 14 dias consecutivos”, explica.
Além desse dado, Aline afirma ainda que mais de 70% não aceitam e não veem o rodízio de alunos como medida suficiente para evitar aglomeração, “seja pela precariedade já conhecida, seja pela falta de profissionais para limpeza e falta de professores.” Para Rosane Zan, diretora do Departamento de Educação do Cpers/Sindicato, uma das entidades que compõem o Comitê, “se tivermos que voltar hoje pelo sistema de rodizio, teremos problema em termos do número de profissionais que atuam na rede pública”.
Outro dado relevante foi a perda do interesse das crianças e estudantes. Cerca de 60% das mães, pais e responsáveis afirmam que suas filhas e seus filhos perderam o interessa pelas aulas nesse período. Sibele Lemos, mãe de aluna da rede pública estadual e professora da rede pública municipal, diz que as orientações das mantenedoras (municipal e estadual) não dialogam com as comunidades escolares e desconhecem as realidades do momento. As condições sociais, econômicas e emocionais das famílias e em especial das alunas e alunos devem ser levadas em conta, pois está se impondo uma atividade remota, sem considerar a realidade e a necessidade das pessoas envolvidas”, critica.