Trabalhadores fazem relato a parlamentares gaúchos

à Comissão Externa da Câmara dos Deputados, documento que defende o condicionamento de qualquer auxílio do poder público à Ulbra a mudanças no atual modelo de gestão da instituição.

Comunicação Sinpro/RS
Ensino superior | Publicado em 12/12/2008


Onze entidades representativas de trabalhadores da Educação e da Saúde do complexo Ulbra entregaram, na tarde de hoje, 12 de dezembro, à Comissão Externa da Câmara dos Deputados, documento que defende o condicionamento de qualquer auxílio do poder público à Ulbra a mudanças no atual modelo de gestão da instituição.

A reunião realizada na sede estadual do Sinpro/RS, em Porto Alegre, foi agendada pela Comissão Externa, instituída há 15 dias, de forma emergencial, para tratar da crise da Ulbra. Na segunda-feira passada, 8/12, os parlamentares estiveram reunidos com a Reitoria da instituição.

Participaram da reunião dirigentes do Sinpro/RS, Sindisaúde, Simers, SAAE/SL, Sergs, Sintae/RS, Sindicatos dos Radialistas, Sindicato dos Jornalistas, Feessers, Fetee/Sul e Contee e os deputados federais Luiz Carlos Busato (PTB), Maria do Rosário (PT) e Manuela D’Àvila (PCdoB), integrantes da Comissão Externa da Câmara. Os dirigentes sindicais relataram as atuais condições de trabalho no complexo Ulbra e os reflexos dos atrasos salariais. O Sindisaúde entregou também à Comissão cópias de gravações de episódios de constrangimentos sofridos por trabalhadores em hospitais da Ulbra.

Os dirigentes sindicais lamentaram que os deputados Paulo Roberto (PTB), Germano Bonow (DEM), Tarcísio Perondi (PMDB), Eliseu Padilha (PMDB) e o senador Sérgio Zambiasi, integrantes da Comissão Externa, não tenham comparecido à reunião.

A comissão assumiu o compromisso de se somar na busca de soluções para a Crise da Ulbra. Nos próximos dias, a Comissão disponibilizará a ata da reunião com todas as declarações dos trabalhadores e a degravação das denúncias entregues pelo Sindisaúde; e o deputado Luiz Carlos Busato agendará uma reunião com o prefeito e o secretário de saúde de Porto Alegre. A Comissão se comprometeu ainda em promover reuniões com os sindicatos dos trabalhadores de todas as regiões do país onde há unidades da Ulbra.

Confira a íntegra do documento entregue aos parlamentares:

CRISE DA ULBRA
Solução passa por intervenção do poder público

Os dirigentes dos sindicatos signatários, ao ensejo da reunião com a Comissão Externa da Câmara dos Deputados, manifestam a sua satisfação pelo interesse dos parlamentares na busca de soluções para a crise da CELSP/Ulbra.

A importância desta instituição no contexto da oferta de educação e de atendimento à saúde no Rio Grande do Sul e no Brasil é plenamente reconhecida pelas entidades sindicais, bem como o espaço de trabalho para suas respectivas categorias profissionais. A preservação da UIbra constitui, certamente, objetivo comum que unifica as entidades representativas e os parlamentares neste processo de mobilização.

Em que pese o caráter privado da CELSP/Ulbra, as entidades sindicais destacam que seu vasto patrimônio foi constituído, em larga medida, à base de isenções fiscais. Esta realidade constitui por si só sobeja motivação para o envolvimento dos poderes públicos na preservação de sua função social.

As entidades sindicais, todas com longo histórico de relacionamento com a Ulbra e conhecedoras de sua cultura institucional, reiteram, no entanto, suas preocupações e reservas em relação à possibilidade de apoios e auxílios incondicionais à CELSP/Ulbra. Esta cautela prende-se à convicção de que o atual quadro de crise não é de caráter conjuntural, conforme vem sendo asseverado pelos dirigentes da instituição, mas, sim, produto inequívoco de sua própria trajetória de opções e da relativização dos problemas delas decorrentes.

As entidades sindicais destacam também o perfil de gestão da Ulbra, marcadamente centralizado, sem foco e sem os controles mínimos, necessários a um empreendimento desta envergadura, como fatores que contribuíram para o atual quadro de crise. A síntese e o produto desta trajetória são o seu endividamento fiscal, bancário e trabalhista, que, neste momento, ameaçam os postos de trabalho e a própria sobrevivência da instituição.

Diante do quadro de crise instalado na Ulbra e do amplo interesse manifesto na sua superação, as entidades sindicais consideram fundamental o condicionamento de qualquer auxílio do setor público para a CELSP/Ulbra à mudança do atual modelo de gestão, a bem da recuperação da credibilidade da instituição e de reafirmação de seus compromissos sociais.

Os sindicatos representativos das categorias empregadas pela Ulbra colocam-se à disposição para a construção de alternativas e soluções que viabilizem a manutenção da Ulbra e da continuidade da prestação de seus serviços à sociedade gaúcha e brasileira.

Porto Alegre, 12 de dezembro de 2008.

– Sindicato dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul – SINPRO/RS
– Sindicato dos Profissionais de Enfermagem, Técnicos, Duchistas,
Massagistas e Empregados em Hospitais e Casas de Saúde – SINDISAÚDE
– Sindicato Médico do Rio Grande do Sul – SIMERS
– Sindicato dos Auxiliares em Administração Escolar de São Leopoldo – SAAE/SL
– Sindicato dos Enfermeiros no Estado do Rio Grande do Sul – SERGS
– Sindicato dos Trabalhadores em Administração Escolar – SINTAE/RS
– Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão
– Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul
– Federação dos Empregados em Serviços de Saúde do Rio Grande do Sul – FEESSERS
– Federação dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino do Rio Grande do Sul – FETEESUL
– Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos